Encadernação

O material bibliográfico que necessitar de encadernação deverá ser criteriosamente analisado tendo em vista o alto custo de todo o processo.

Priorizam-se materiais que possuam reserva, os que são de consulta local, os de referência e os que tenham sido solicitados pelos usuários da BU/UFSC. Descartam-se os materiais que nunca foram usados ou foram pouco usados, que tenham sido adquiridos por doação e que possuam mais exemplares no acervo.

O material a ser encadernado deverá ser encaminhado para o Tratamento físico com a situação “Restauração interna”.

No setor é colocado um papel de identificação retangular com um corte na vertical até a metade para fixação nas páginas do material. Anota-se, na parte superior, o nome da Biblioteca Setorial, se for o caso, o número de chamada e a data em que foi alterada a situação para “Restauração interna”. Se identificados, acrescentam-se os números das páginas que estão faltando.

O material está organizado por ordem de classificação, da esquerda para a direita e de cima para baixo. A maior parte destina-se aos materiais da Biblioteca Central e as duas últimas prateleiras são reservadas aos materiais das Bibliotecas Setoriais.

Um bibliotecário da Biblioteca Central seleciona semanalmente os materiais prioritários a serem encadernados. As Bibliotecas Setoriais devem verificar a possibilidade de encaminhamento do material para o setor com a pessoa responsável pela DECTI.

Após a encadernação, os materiais têm a situação alterada para “Preparo técnico” e ficam dispostos por número de chamada, em estantes separadas, aguardando a revisão da catalogação. Exceto quando são encaminhados pela Representação da Informação, os quais devem ser alterados para a situação “Tratamento físico” para serem elaboradas as etiquetas.

No processo de encadernação de materiais que estão em restauração interna, sempre que possível, manter a capa falsa do material, mesmo que esta fique colada com o corpo do livro e envolvida pela capa da biblioteca.

Para um visão geral do processo de encadernação, veja também o mapa de processo Restauração e encadernação de item.


Boas Práticas: Manuseio e preparação de obras para reencadernação

A longevidade do nosso acervo depende diretamente dos cuidados diários e da correta preparação das obras para procedimentos de conservação e encadernação. Este guia estabelece as práticas essenciais que toda a equipe deve seguir para garantir a integridade física dos materiais e otimizar o fluxo de trabalho com a DECTI.


Seção 1: Manuseio e Acondicionamento (Ações de Prevenção)

Boas práticas no manuseio diário são a primeira linha de defesa contra danos.

Como Retirar o Livro da Estante:

  • Correto: Empurre suavemente os livros vizinhos para dentro da estante para criar um espaço, e então segure o livro desejado pelo meio da lombada para puxá-lo.
    Incorreto: Nunca puxe um livro pela “cabeça” da lombada (a parte superior). Isso força a coifa, causando rasgos e o descolamento da capa, especialmente em livros de capa dura.

Transporte e Empilhamento:

  • Utilize sempre carrinhos para transportar múltiplos volumes.
  • Evite empilhar muitos livros na horizontal. O peso excessivo pode danificar as lombadas dos livros que ficam na base da pilha.

Manuseio Geral:

  • Evite o uso de clipes de metal, elásticos ou marcadores adesivos (como post-its), pois eles deformam, mancham e podem rasgar as páginas. Tente utilizar marcadores de papel de pH neutro.
  • Mantenha os livros longe de luz solar direta, umidade e fontes de calor.
  • Nunca apoie os cotovelos ou escreva sobre um livro aberto. A pressão sobre a lombada pode quebrá-la.

Seção 2: Reparos Primários e o que NUNCA Fazer (Primeiros Socorros)

Reparos inadequados podem causar danos piores do que o problema original.

Fitas Adesivas e Colas Inadequadas:

  • Nunca utilize fitas adesivas comuns (durex, fita crepe) ou colas brancas escolares (PVA com ácido). Com o tempo, elas amarelam, ressecam, perdem a aderência e deixam resíduos ácidos que mancham e corroem o papel de forma irreversível. A remoção desses materiais é um processo complexo e caro.
  • Alternativa Correta: Para pequenos rasgos que necessitem de intervenção imediata, utilize apenas materiais de pH neutro.

Preservação da Originalidade:

  • A encadernação visa proteger, não descaracterizar. Preserve sempre a capa original, a folha de rosto e a lombada original sempre que possível, mesmo que estejam danificadas. A equipe responsável avaliará a melhor forma de incorporá-las na nova encadernação.

Recomposição de Páginas Faltantes em Processos de Encadernação

Durante os processos de reencadernação, é comum a identificação de exemplares com cadernos soltos ou conjuntos de páginas faltantes, geralmente comprometendo a integridade e a usabilidade da obra.

Nesses casos, a reprodução reprográfica deve ser considerada apenas como último recurso, após esgotadas alternativas como:

  • aquisição de novo exemplar;
  • solicitação de reposição junto à editora;
  • recebimento por meio de doação;
  • realocação de exemplares disponíveis em outras bibliotecas do Sistema BU/UFSC.

Quando não for possível recorrer a tais alternativas, admite-se a recomposição do exemplar por meio de fotocópia, recomendando-se que não seja ultrapassado o que costuma ser um caderno de livro 20 (vinte).

Antes do procedimento deve-se considerar:

  • a demanda seja devidamente justificada;
  • não haja prejuízo à integridade do conteúdo da obra;
  • a reprodução seja utilizada exclusivamente para fins de preservação e uso interno da biblioteca.
  • em qualquer caso, deve ser verificado com os responsáveis pelo material, se o descarte do material não é uma opção.

Essa prática tem caráter excepcional e pontual, devendo sempre ser registrada e avaliada pela biblioteca solicitante.